janeiro 28, 2007

"Eu, você e todos nós"

(Me and you and everyone you know, 2005 - Miranda July)
"Eu, você e todos nós" parece ser mais uma película que bebeu da fonte de "Short cuts" do Altman para contar uma história de pequenos dramas humanos que se entrelaçam. Tem uma artista plástica frustada (que vive como motorista de táxi para idosos) que se apaixona por um vendedor de sapatos (recém-separado) que vive com os dois filhos menores que estão sempre plugados na internet e nas suas (perigosas) salas de bate-papo. Essas e outras histórias vão formando um imenso (e intenso) emaranhado de sentimentos onde a solidão dá a tônica. O filme - que é o longa de estréia da diretora - me surpreendeu e deixou a impressão de que Miranda July tem cacife para nos brindar com outras boas surpresas.

"Pai, filhos & etc"

(Père et fils, 2003 - Michel Boujenah)
O grande (e saudoso) Philippe Noiret é a alma desse filme que conta a história de um pai que diz estar muito doente para reunir os três filhos (dois deles não se falam) e realizar seu "suposto" último desejo: uma viagem a Quebec para ver as baleias na praia. E aí, muita roupa suja é lavada, verdades e mentiras expostas, drama e risos alternando momentos marcantes.

janeiro 21, 2007

"Pequena Miss Sunshine"

(Little Miss Sunshine, 2006 - Jonathan Dayton & Valerie Faris)
Pense numa família desequilibrada... Triplique o que você imaginou... Isso, os Hoover são (quase) isso! Agora, dê uma olhada na cara da garotinha de maiô vermelho da foto acima. Pois é essa menina e seu sonho de ser uma pequena miss que vai colocar todos os desajustados nos eixos. Repleto de situações hilariantes, o filme conta com a força de um elenco afinadíssimo, carismático e que parece ter realmente se divertido para construir essa fábula sobre sonhos e superações. Ah, e duvido que você consiga tirar os olhos da pequena-grande atriz Abigail Breslin: sua atuação é hipnotizante e a construção do seu personagem é tão natural que eu arrisco dizer que estamos diante de um autêntico talento da sétima arte.

"Do luto à luta"

(Do luto à luta, 2005 - Evaldo Mocarzel)
Esse documentário apresenta as dificuldades e superações, desafios e conquistas, tristezas e alegrias que envolvem o universo dos portadores da Síndrome de Down. É uma pena que, no seu terço final, o filme perca o ritmo e provoque uma certa impaciência ao focar - por exemplo - a rotina de dois jovens que querem ser cineastas.

"Deu a louca na Chapeuzinho"

(Hoodwinked, 2005 - Cory Edwards)
Tecnicamente, a animação nem é lá grande coisa, mas a idéia de construir uma história policial a partir da fábula da Chapeuzinho Vermelho é espetacular. E com um detalhe interessante: para descobrir quem roubou o livro de receitas, a trama é contada e recontada por cada um dos quatro suspeitos: a menina do capuz encarnado, sua vovozinha, o Lobo Mau e o lenhador. Muito legal. Agora, impagável mesmo é a participação para lá de especial do bode que, devido a uma maldição, fala tudo cantando. Sua aparição é - de longe - um dos pontos altos do filme.

"O sacrifício"

(The wicker man, 2006 - Neil LaBute)
Alguém pode me explicar o que a maravilhosa Ellen Burstyn, de "Réquiem para um sonho", está fazendo aqui? "O sacrifício" começa de maneira até interessante: a cena do acidente presenciado pelo atormentado policial vivido por Nicolas Cage impressiona e nos persegue durante boa parte do filme que, depois de uns 30 minutos, cai no óbvio do óbvio do óbvio...

"As torres gêmeas"

(World Trade Center, 2006 - Oliver Stone)
O 11 de Setembro pela visão de dois soldados que ficam presos sob os escombros: é isso que Stone nos oferece. Mas de uma maneira pouco criativa, quase preguiçosa. Para mim, a atuação de Maggie Gyllenhaal é umas das poucas razões para se assistir ao filme.

janeiro 20, 2007

"Menina má.com"

(Hard candy, 2005 - David Slade)
O roteiro pode até ser meio maniqueísta, mas é incontestável que a mistura de elementos como pedofilia e vingança dá nos nervos e prende a atenção. Pena que o título em português entregue de cara o temperamento da protagonista.