junho 03, 2007

"Babel"

(Babel, 2006 - Alejandro González-Iñárritu)
Um tiro ingenuamente disparado no alto das montanhas atinge uma turista americana que viaja pelo Marrocos com o esposo, levantando a possibilidade de uma ação terrorista. Num local sem recursos, o ferimento - aparentemente simples - retarda a volta do casal para casa, onde uma empregada mexicana havia ficado cuidando das crianças. A doméstica, que vive de forma ilegal nos Estados Unidos, se vê diante de um impasse: tem de atravessar a fronteira para o casamento do seu filho, mas não contava com o não-retorno dos patrões: levar ou não levar "los niños", eis a questão. As investigações indicam que o tiro foi disparado de um rifle cujo dono mora em Tóquio e tem uma filha adolescente surda-muda cheia de conflitos e traumas. Bem por alto, essa é sinopse de Babel (título interessante porque, a exemplo do aconteceu na torre bíblica, existe um problema de comunicação entre os personagens: independentemente do idioma falado, eles não conseguem se entender). Não achei o filme o "horror" que tantos pintaram. Mas é óbvio que o roteiro já não guarda o frescor das produções anteriores do diretor, como "Amores brutos" e "21 gramas". O recurso de uma história se entrelaçando com a outra já não surpreende tanto (sem falar que a parte da japonesinha problemática não consegue se colar ao restante da obra). Brad Pitt, Cate Blanchett e Gael García Bernal estão muito bem, mas quem rouba a cena é a atriz Adriana Barraza (sua interpretação da "housecleaner" clandestina rendeu-lhe uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante).

7 comentários:

Anônimo disse...

Eu também confesso que não entendi bem a chuva de críticas negativas para o Babel. É claro que os dois primeiros (para mim, particularmente, 21 gramas) são mais ousados, e por isso, melhores, mas ainda assim acho Babel um filme bem interessante. Resta saber o que Iñárritu vai filmar daqui pra frente agora que a parceria com o Arriaga acabou (e mal). Um abraço!

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Oba!Encontrei alguém que concorda comigo quanto ao fato de "Babel" não ser tão ruim quanto pintaram, rs. Quanto ao Iñárritu sem o Arriaga, também tô pagando pra ver. Mas acho que pode ser uma bela surpresa, esses roteiros com uma trama interferindo na outra já estão meio manjados. Vi "3 enterros" há umas 2 semanas. Ali, o Arriaga tentou se reinventar, né? E eu gostei do filme (um pouco menos do que porclamaram), mas ainda assim gostei.
Abração

Anônimo disse...

Não vi o Três Enterros, nem sabia que o roteiro é do Arriaga. O Arriaga ficou com a síndrome do autor, a vaidade falou mais alto e ele decidiu que é o autor dos filmes. Isso é muito complicado, acho. Abração!

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Sem falar, Edu, que ficar sempre em torno da mesma estrutura de roteiro cansa, né?
Abração.

Unknown disse...

Nossa esse filme é muito bom!
É intenso. Adoro filmes com separação e união de histórias em tempos totalmente diferentes.

Unknown disse...

Esse filme é fantástico.
É intenso e tenso. Adoro as mistura inusitada de história e a distância que elas podem manter uma das outras.

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Luly,
também não entendo a birra que a crítica e muitos blogueiros têm com "Babel".
Obrigado pela visita.
Abração