junho 03, 2007

"Zodíaco"

(Zodiac, 2007 - David Fincher)
Califórnia, final da década de 1960. Casal de namorados é morto na beira de uma estrada. Alguns dias depois, o assassino escreve para os jornais revelando detalhes do crime e exigindo a publicação de uma carta cifrada, sob a pena de fazer novas vítimas. A imprensa cede e, mesmo assim, as mortes continuam. Apesar de chegar a alguns nomes, a polícia não consegue levantar provas. E é o cartunista de um dos jornais, vivido por Jake Gyllenhaal, obcecado por aquele mistério desde o início, quem tenta desvendar o enigma quando o caso é abandonado. A direção de Fincher merece elogios, mas a montagem poderia ter  deixado o filme mais instigante e ágil, deletando ou enxugando algumas cenas. Com exceção da sequência inicial - um exemplo de suspense bem feito - que consegue mexer com os nervos do público, todo o resto não envolve. O roteiro não consegue instigar, não é construído de maneira a transformar quem assiste à película num investigador. E para um suspense policial, isso só leva a uma conclusão: frustração.

8 comentários:

Anônimo disse...

Oi Demas, nossos pontos de vista foram diferentes: achei o Zodíaco bem interessante porque ele constrói uma narrativa de romance policial e o final não deixa de ser "frustrante" quando, em vez de termos a solução do crime pela racionalidade detetivesca tal qual num gênero policial, temos uma chamada para o real, para um desfecho mais aberto. De fato, o filme é bem longo, mas pensei se isso não acaba sendo importante já que o filme cobre um período de quase três décadas. Bom, é isso. Um abraço!

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Não sei, Edu. Tecnicamente, o filme vai bem, as atuações também são louváveis, mas o roteiro não me prendeu de jeito nenhum. Os elementos novos que iam surgindo não foram trabalhados - ao meu ver - de maneira que se criasse um suspense em torno do serial killer. E uma 1h30/1h40 de duração teria feito bem para o "Zodíaco", independente das 3 décadas por que se arrasta a história.
Abração

Anônimo disse...

Eu concordo com você quanto a falta de suspense em torno do serial killer, mas ainda acho que o filme tem uma abertura no final. Por isso acho que o serial killer não tem uma centralidade, aliás, a dúvida que fica é quanto à autoria de todos os crimes, o filme dá a entender que não havia somente um assassino. Grande abraço!

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Com certeza, à medida que a mídia abre espaço e transforma o assassino numa "celebridade", dá a entender que outros estejam se fazendo passar pelo serial killer.
Abraço

Fer Guimaraes Rosa disse...

Demas, li tantos elogios feitos a esse filme. Mas ainda nao vi. Na verdade eu achei que seria um filme chato. Talvez eu assista so pra ver como eles adaptaram San Francisco para a decada de 70! beijao,

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Fer,
por aqui, na minha cidade, o filme não teve sucesso de público não. Mas na blogosfera, ele é quase unanimidade, mas não me impressionou muito. Como eu já disse, tecnicamente é quase perfeito, mas não me envolveu, não me fez esquecer das horas, do relógio... e olha que eu estava doido para ver o filme.
Beijo

Anônimo disse...

Excelente filme. O filme não é sobre o serial killer mas sim sobre as pessoas que o perseguiram. Um filmão para quem gosta realmente de cinema no seu estado puro!

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Anônimo,
então temos um "enigma" aqui, porque gosto de "cinema no seu estado puro" e achei "Zodíaco" apenas razoável. Sei que tem milhões de pessoas que gostaram. O filme recebeu, inclusive, muitas indicações no troféu da Liga dos Blogues Cinematográficos. Mas não me ganhou - e isso não é demérito nenhum para o trabalho do Fincher e sua equipe, é apenas minha opinião, meu gosto, meu sentimento.
Abração