abril 12, 2006

"Paradise now"

(Paradise now, 2005 - Hany Abu-Assad)
Khaled e Said são palestinos, amigos de infância e trabalham juntos numa oficina mecânica. Até o dia em que recebem a missão de se transformarem em homens-bomba para vingar mais um atentado israelense. Eles aceitam, não porque entendam, concordem ou coisa parecida: a sua cultura é aquela, vivem isso desde que nasceram. Apesar de tudo ter sido devidamente planejado, algo sai errado e os dois se vêem presos às bombas, entre a dúvida de seguir em frente por conta e risco ou voltar para casa. É o paraíso prometido podendo se transformar no inferno da vergonha, do fracasso. Ao retratar suas dúvidas e angústias, "Paradise Now" nos revela um círculo vicioso de matança que nada acrescenta em relação a um acordo de paz: é sangue pedindo mais sangue. As cenas tocantes são muitas. Ao condenar a ação dos homens-bomba, uma moça que se interessa por Said questiona: "Vocês já pararam para pensar em quem fica?", não se referindo somente à família e amigos, mas ao próprio povo palestino que herdará um outro atentado e tantas mortes como resposta. A última noite dos mártires com suas famílias também é de matar. O desfecho com a sala do cinema no mais absoluto silêncio e escuridão - enquanto sobem os créditos - é um soco no estômago e faz a platéia deixar a sessão imersa na mais pura reflexão.


3 comentários:

Fer Guimaraes Rosa disse...

nao quero ver esse filme. terrorismo eh um assunto que me deixa nauseada...

beijo,

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Fer, mas os questionamentos feitos nesse filme fazem a diferença. Tente ver qualquer hora. Beijo.

Anônimo disse...

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