dezembro 07, 2007

"Os donos da noite"

(We own the night, 2007 - James Gray)
O filme começa. Uma sequência de fotos em preto-e-branco mostrando ações policiais passam pela tela, sem nenhum som. De repente, um corte para a exuberante Amada Juarez (Eva Mendes) masturbando-se para o namorado (Joaquin Phoenix), com todas as cores e ao som de um clássico das discotecas dos anos 80. Que mudança! E olha que essa nem vai ser a mais surpreendente de "Os donos da noite". Phoenix é Bobby, um cara que sabe curtir a vida. Ele dirige um badalado nightclub no Bronx, ponto de tráfico dominado pela máfia russa, cujo chefão o trata como "filho". Fora isso, ele tem irmão (Mark Wahlberg) e pai (Robert Duvall) que são membros do alto escalão da polícia novaiorquina. Já deu para ver que o reencontro familiar será questão de tempo, né? Se você estranhou o fato de um queridinho dos mafiosos ser parente próximo de combatentes do narcotráfico, isso parece não ter incomodado o roteirista e diretor James Gray. (Primeiro deslize). Mas se você engolir isso (e eu aconselho que o faça), vai assistir - até por volta dos 20 minutos finais - a um thriller policial espetacular, com situações envolventes e convincentes, num jogo de gato-e-rato cheio de surpresas, onde felinos e roedores são igualmente inteligentes e audaciosos. É tensão verdadeiramente crescente e sufocante até o final da sessão (e isso não é pouca coisa não!). A cena da perseguição nas ruas da cidade sob chuva torrencial é fantástica. O segundo deslize vem exatamente nas últimas cenas (conforme mencionado anteriormente), quando tudo descamba para um dramalhão bobo, com soluções fáceis (o embate entre bandido e mocinho no capinzal é frustrante) e mensagens edificantes. Ainda assim, vale a pena ver.

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