janeiro 11, 2006

"Cidade Baixa"

(Cidade Baixa, 2005 - Sérgio Machado)
Triângulos amorosos costumam render boas histórias, algumas bobinhas ("Três formas de amar", 1994 - Andrew Fleming ), outras, verdadeiras obras-primas ("Uma mulher para dois", 1961 - François Truffaut ou "Os sonhadores", 2003 - Bernardo Bertolucci). "Cidade Baixa" se aproxima muito desse segundo tipo. A história de dois "amigos-quase-irmãos" que gostam da mesma mulher cresce em drama e tensão durante os 93 minutos do filme. Até porque, além da "amizade-quase-amor" dos dois, a garota dos sonhos deles não é aquela certinha, comportadinha... mas uma stripper, uma garota que mexe com as fantasias de muitos outros homens. Só isso já dá a dimensão do barril de pólvora com que o trio está lidando. Logo no início, fica evidente que nenhum dos rapazes vai abrir mão daquela paixão; tampouco estão dispostos a eliminar um ao outro; e a mocinha também não consegue fazer sua escolha. O clima de ciúme e competição vai pesando e toma conta do terço final de "Cidade Baixa", fazendo com que o público transpire junto enquanto arrisca qual o vértice do triângulo amoroso vai-se partir. Aliás, palmas para a trinca que faz a diferença nesse longa-metragem: Wagner Moura, Alice Braga e Lázaro Ramos defendem muito bem seus personagens, humanizando-os de uma maneira absurdamente cativante, tornando qualquer aposta muito difícil. Será impossível mesmo amar a 3?

6 comentários:

gonn1000 disse...

Quero muito ver isso, espero que chegue em breve a Portugal.

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Gonn, assim que chegar, veja mesmo. Esse filme foi uma das boas surpresas que o cinema brasileiro revelou em 2005, ao lado de outras pérolas como "Cabra-cega", "Casa de areia" e "Cinema, aspirinas e urubus". Grande abraço.

Anônimo disse...

Eu também AMEI Os Sonhadores. Não lembrava de você ter gostado desse filme. Que bom que não sou o único. ;^)

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Moacir, não sei se comentei sobre o filme do Bertolucci no "Cinefilia". Mas gostei muito do filme. Abração.

Sweet! disse...

ÔôôÔ, eu gostei de "Três Formas de Amar"...

Jóia o site, vou virar freguesa (embora esteja pouca cinéfila ultimamente...)

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

ÔôôÔ, nenhum problema em você ter gostado de "Três formas de amar". Muito pelo contrário: são as diferenças que enriquecem esse espaço aqui. Sendo assim, volte sempre "freguesa". Beijo.